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domingo, 21 de agosto de 2011

Cicatriz

Calor.
Fico sentada no piso frio para me refrescar, por todos os lados as pessoas passam, falam comigo e eu sorrio. Sorriso..
A cada segundo olho para o canto e vejo se uma luz acende. Nada.
Tento fazer outras coisas, faculdade, trabalho, planos. Nada.
Assisto TV, como alguma coisa bebo uma coca bem gelada. Nada.
Sabe quando caimos e fazemos uma ferida bem dolorida? Cuidamos dela e ela cicatriza mas fica uma casquinha e a gente sempre cutuca e ela cai e sangra novamente, doi denovo e a gente se arrepende de ter cutucado. Essa cicatriz fica sensivel, sempre que fomos mexer vai doer, mas parece que a gente gosta de sentir dor. Eu me machuquei, mas cuidaram com carinho e surgiu essa cicatriz, mas ela ainda doi.

terça-feira, 19 de julho de 2011

História 2

Te pergunto porque nesses dias chuvosos paramos para pensar na vida, te pergunto porque os meus sonhos e esperanças não se realizam, nem chegam perto, minha vida é repleta de desilusões e tristezas, são apenas lagrimas escorrendo no meu rosto e criando manchas nas folhas que humildemente converso sozinha.sempre com letras tremidas imagino que a única coisa é encontrar o final de um arco íris, me disseram que lá havia um pote de ouro, posso então encontrar a riqueza da vida e as cores iluminariam sonhos e não teria mais pesadelos. Posso então voar e comer algodão doce das nuvens perto de tantas cores e flores em volta de mim.
Abro os olhos e se apagam o azul do céu e aquele vermelho apaixonado entrelaçado com o lilás brincalhão e no final um verde sorridente que fica de mãos dadas com um amarelo tímido próximo ao laranja cheio de si e forte como o azul claro pra fechar a paisagem, abro os olhos e vejo um cinza mórbido, vejo a chuva e muros e paredes e buzinas, o inferno. Não quero viver nesse inferno, quero ser uma cor, quero aparecer na vida das pessoas, quero ver sorrisos não quero ser uma inútil, quero que lembrem de mim.
A chuva faz uma piscina perto de casa e bem escondido aparece um sol, da minha janela vejo as cores que tanto me agradam. Só quero ir ate elas, estou quase chegando.. Cheg.... ...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

História 1

Eu ando, no escuro, conversando com a Lua, tudo na cidade está cinza.
Imagino que todo mundo esteja assim. Não existem cores na cidade, não existem cores na minha vida. Meu sangue é negro e meu coração cinza, me tornei uma sombra.
Passei pelas praças, pelas calçadas esburacadas, passo pelos carros, desvio dos mendigos e continuo andando sem destino.
Entro por uma porta e desço uma escada, vou me afundando num copo sujo de alguma coisa que peguei no balcão, já não raciocínio direito.
Escuto alguém me chamando com um batom vermelho borrado na boca, me pedindo um isqueiro. Isso me assusta.
Saio correndo e volto a andar sozinho, cinza, branco e preto.
Meu pulso acelerado e a roupa molhada da chuva que acabara de começar então paro no meio do Viaduto do Chá olhando para a Lua e pedindo perdão - Me perdoa Lua, me perdoa Luana.
Na cidade de predios cinzas agora meu corpo voa entre eles, voa para o campo verde da foto no bolso, tudo escurece e acordo no colo de Luana vendo um arco iris no seu olhar.